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A amostragem por distâncias é um dos métodos mais amplamente utilizados na estimação da abundância de populações animais, sendo usada em quase todos os grupos animais. As distâncias dos transectos aos animais detectados são modeladas, permitindo obter estimativas não enviesadas da abundância desde que um conjunto de pressupostos sejam respeitados.
Os conceitos básicos da amostragem por distâncias serão introduzidos, nomeadamente no que refere as situações em que é adequada, alguns aspectos práticos, derivação dos estimadores, pressupostos da metodologia e consequências da quebra desses pressupostos.
Um aspecto importante da amostragem por distâncias é que, pelo menos na sua versão tradicional, assume que a distribuição das distâncias disponiveis para detecção (independentemente de serem ou não detectadas) assume-se como conhecida, devido às caracteristicas do processo de colocação aleatória dos transectos.
Apresentamos os problemas decorrentes de uma colocação não aleatória dos transectos na área de estudo, algo desaconselhado mas que muitas vezes acaba por ser a abordagem possível por falta de condições logisticas para uma verdadeira aleatorização. Além do usual problema decorrente da ausência de aleatorização, e consequente potencial não representatividade das areas amostradas, os estimadores usuais podem ser enviesados devido a gradientes de densidade em relação às unidades de amostragem, que fazem com que a distribuição das distâncias disponíveis para detecção possa ser consideravelmente diferente da assumida. Alguns resultados preliminares no que respeita a uma metodologia para tentar remover o vies introduzido nestas situações são apresentados. A metodologia baseia-se em usar informação adicional para modelar conjuntamente o processo de detecção e de disponibilidade para detecção, permitindo assim uma estimação não enviesada da densidade/abundância.
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